quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Jean-Philippe Rameau (1683-1764) - Les Cyclopes

Jean-Philippe Rameau, compositor francês, nasceu em Dijon, a 25 de setembro de 1683, e morreu em Paris, a 12 de setembro de 1764. Ao lado de Domenico Scarlatti e J. S. Bach, Rameau é um dos fundadores da música moderna. Ele e Bach, aliás, formam o par de gigantes da ciência musical no século 18. Outro famoso compositor, Camille Saint-Saëns, considerava Rameau o maior gênio musical da França. Seu tratado sobre a harmonia constitui a base teórica do sistema tonal que permaneceu em vigor no Ocidente até Arnold Schönberg. Filho de um organista, quando tinha 18 anos de idade Rameau foi enviado pelo pai à Itália para estudar música, mas voltou de Milão decepcionado com a música italiana. Até os 39 anos vagou pelo interior da França, talvez como violinista de uma trupe de músicos ambulantes, e, com certeza, assumindo o cargo de organista em algumas cidades. Passou cerca de seis anos em Clermont-Ferrand, em relativa reclusão, estudando e preparando seu livro de teoria musical, "Tratado de harmonia", de 1722, ano em que se estabelece na cidade de Paris. A obra foi atacada pelos músicos tradicionalistas, mas chama a atenção para o autor. Em 1724, publica seu segundo livro de peças para o cravo (o primeiro é de 1705), e torna-se um dos compositores mais conhecidos da França.
Em 1750, Rameau conhece Voltaire, que exercerá poderosa influência intelectual sobre ele, até o fim de sua vida. Outros enciclopedistas, no entanto, como Rousseau e Diderot, estabeleceram forte polêmica com Rameau, criticando-lhe as teorias musicais. A princípio, Rameau é atacado por seu "italianismo"; mais tarde, por seu racionalismo. Quanto à primeira acusação, logo se verifica não ter procedência. Quanto a ser racionalista, para um intelectual que viveu na idade do Iluminismo, esse é um fato que não se pode negar. Com o apoio do financista Le Riche de La Pouplinière (que o apresenta a Voltaire), Rameau publica novas obras para o cravo, motetos e cantatas, tendo ainda composto música para teatro. Dedica-se, então, à ópera, vendo representada sua "Hyppolite et Aricie" (1733) na Académie de Musique (mais tarde, Ópera de Paris) com sucesso, causando novas polêmicas, principalmente no que se refere às suas inovações quanto à harmonia, à instrumentação e à parte vocal. A ópera o torna famoso, e o rei Luís 15 o nomeia músico oficial da corte francesa. Em 1764, recebe um título de nobreza concedido pelo soberano. Em sua vasta obra destacam-se ainda outras óperas: "Castor et Polux", de 1737; "Dardanus", de 1739 - triunfalmente reencenada em 1964 -; e "Zoroastre" (1749), quando o artista está no apogeu de sua carreira. As críticas, no entanto, continuam. Ironicamente, Rameau, que no princípio tinha sido criticado por seu "italianismo", é atacado pelos enciclopedistas, que preferem a escola italiana de música. A polêmica passaria à história como "a guerra dos bufões", o que levará o compositor, um dos maiores teóricos de música da humanidade, a publicar novo livro, defendendo suas idéias: "Observações sobre nosso instinto musical" (1754). Ao mesmo tempo, não deixa de compor. Além de notáveis motetos e cantatas, Rameau compõe óperas-bailados - "As Índias galantes" (1735) e "As festas de Hebe" (1739) - e comédias-bailados, como "Platée" (1745), todas reconhecidas como obras-primas e representadas até hoje. Também são geniais suas composições para clavecino (cravo). Durante sua vida, Rameau interessou-se exclusiva e apaixonadamente pela música. Um de seus contemporâneos, o poeta Alexis Piron, dizia que toda a alma e todo o espírito de Rameu estavam em seu clavecino: "depois de fechá-lo, era como se não houvesse mais ninguém na residência". Rameau prosseguiu as atividades de teórico e compositor até sua morte. Viveu com a mulher e dois de seus filhos em Paris, em um grande apartamento, de onde saía, diariamente, para dar seu passeio solitário pelos jardins do Palais-Royal ou das Tulherias. Já idoso, teria dito: "Dia a dia adquiro mais gosto, mas não tenho mais gênio. A imaginação está gasta em minha velha cabeça e não se é sábio quando se quer trabalhar, nesta idade, nas artes que são inteiramente imaginação". Rameau faleceu de uma estranha febre em 12 de setembro de 1764 e sua última composição, "Les Boréades", teve de esperar mais de dois séculos até ser apresentada, com estrondoso sucesso, em 1982, na cidade de Aix-en-Provence. No dia 13 de setembro de 1764, Rameau foi enterrado na Igreja de São Eustáquio, em Paris.

Extraído DAQUI

Jean-Philippe Rameau (1683-1764) - Les Cyclopes

Pieces de Clavessin (1724)
01. Les Cyclopes
02. L'Entretien des Muses
03. Les Tourbillons

Nouvelles Suites de Pieces de Clavecin (1728) - Suite in A minor
04. Allemande
05. Courante
06. Sarabande
07. Les Trois Mains
08. Fanfarinette
09. La Triomphante
10. Gavotte avec les Doubles de la Gavotte

Pieces de Clavessin - Suite in E minor
11. Allemande
12. Courante
13. Gigue en Rondeau I
14. Gigue en Rondeau II
15. Le Rappel des Oiseaux
16. Rigaudon I - Rigaudon II et Double (Rigaudon I)
17. Musette en Rondeau
18. Tambourin
19. La Villageoise

Nouvelles Suites de Pieces de Clavecin
20. La Poule
21. L'Enharmonique
22. L'Egiptienne

Trevor Pinnock, cravo

BAIXAR AQUI

Have Joy!

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5 comentários:

Anônimo disse...

Uma experiência emocionante é ser transportado a uma época que não passou, o brilho do instrumento e a interpretação com alto senso barroco nos presenteia com uma estonteante e belíssima performance. Parabéns pela postagem de Rameau e aproveito a oportunidade para sugerir a postagem dessa obra Le ciclopes pelo Duo Abreu que também não deixa nada a desejar. Heldon

Drikaaa disse...

Olá!

Obrigada pela colaboração com minha pesquisa. Texto ótimo.

Carlinus disse...

De nada, Drikaa.

Disponha. Fique à vontade.

Abraços musicais!

Darnaut disse...

Espléndido aporte. Muchísimas gracias.

Anônimo disse...

Olá! O link expirou...

Ótimo seu blog.