segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Béla Bartok (1881-1945) - The Miraculous Mandarin, Op. 19, Sz 73 e Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz 106

Julguei que fosse um dever moral postar este CD.

No espírito dos balés mágicos e violentos, O Mandarim Miraculoso de Bartók tem momentos tão dramáticos que bem nos ajudam a apreciar o espírito brutal na música clássica. Nos posts dedicados aos poemas sinfônicos de Dvorák, temos visto como a música pode ser alusiva e dramática em apoio a um enredo. Mas aqui, essa alusão é ainda mais concreta: a música acompanha um “balé pantomima”, um misto de dança e representação teatral sem palavras. Então cada ação é refletida pela música de maneira literal e gestual. Na estória inspirada em Melchior Lengyel, temos três vagabundos coagindo uma jovem mulher a fazer o papel de uma prostituta a fim de atrair ao seu quarto vítimas a quem eles possam roubar. A atração de um estranho e obcecado mandarim acaba fugindo ao controle, e toda tentativa de fugir e de afastá-lo termina em uma insistência macabra digna de pesadelo. Separo aqui novamente três partes.

1. A obra começa com um prelúdio que reproduz os sons agitados das ruas, antecedendo ainda o abrir das cortinas do balé, e antecipa o espírito do que teremos pela frente, como toda boa introdução. O trecho que seleciono é um clímax de intensidade que parece não ter fim: os sopros completamente histéricos, os metais em motivos de fôlego curto imitando a melhor trilha dramática, e um tema sombrio surgindo nos baixos, antecipando que o destino daquela noite não estava pra pouco.

2. Neste trecho, a jovem corre do mandarim, que já a persegue com um olhar fulminante de desejo depois de vê-la dançar. O tema agitado é meio cigano, e tem um momento de histeria de tirar o fôlego com as cordas. É quando ele a agarra.

3. E aqui, no quarto ao qual o mandarim deveria ser atraído e roubado, ele e a jovem começam a lutar, até que ela consegue sufocá-lo com um travesseiro. Os metais tocam com excitação, enquanto as cordas tocam uma figura escapolindo do tema dos metais, representando a luta dos dois. Depois aquele tema cigano é tocado novamente e de maneira predominante, com uma participação alucinante da percussão. Já ao final do trecho a respiração do mandarim vai esmorecendo enquanto ele gira os braços para o ar.

A música não acaba por aqui e essa quadrilha ainda teria muito trabalho, o que é um convite para se conhecer a obra completa. Mas, por ora, passemos adiante em busca de mais música e selvageria.

DAQUI

Boa apreciação!

Béla Bartok (1881-1945) - The Miraculous Mandarin, Op. 19, Sz 73 e Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz 106

The Miraculous Mandarin, Op. 19, Sz 73
01. Allegro: Introduction
02. Moderato: First decoy game
03. Second decoy game
04. Sostenuto: Third decoy game
05. Maestoso: The Mandarin enters
06. Allegro: The girl sinks down to embrace him
07. Sempre vivo: The tramps leap out
08. Adagio: Suddenly the Mandarin's head appears
09. Agitato: Again, the frightened tramps discuss how to eliminate the Mandarin
10. Molto moderato: The body of the Mandarin begins to glow with a greenish blue light
11. Più mosso - Vivo - She resists no longer, - they embrace.

Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz 106
12. 1. Andante tranquilo
13. 2. Allegro
14. 3. Adagio
15. 4. Allegro molto

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Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez, regente

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2 comentários:

Anônimo disse...

Eita! Mas se não dá gosto percorrer as trilhas deste blog! Dizer muito obrigado é pouco.

Anônimo disse...

Je suis pressée de lire votre prochain poste

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