sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ludwig van Beethoven (1770-1827) -Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 - "Heróica" e Sinfonia No. 8 em Fá maior, Op. 93 (CD 3 de 5)

Vamos a mais um fenomenal CD com essa integral das sinfonias de Beethoven com Wand. Agora vamos a duas sinfonias que dispensam comentários. A primeira delas é a sinfonia no. 3, que revela o poder moral de Ludwig van Beethoven. A Sinfonia no. 3 é um poema do compositor em homenagem ao mistério do humano. Afirmam o mais entendidos que Beethoven fez essa sinfonia em homenagem a Napoleão, mas após o comandante francês ter se auto-intitulado "líder", Beethoven teria escrito: "Em memória de um grande homem". O segundo movimento traz uma marcha fúnebre de grande poder reflexivo e que atesta o quanto esta sinfonia destaca e assinala a grandiosidade do ser humano. Já a sinfonia no. 8 de Beethoven parece ser a mais despretensiosa das sinfonias do compositor, mas é de grande beleza. Gosto bastante dela. É a menor que ele compôs. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) -Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 - "Heróica" e Sinfonia No. 8 em Fá maior, Op. 93

Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 - "Heróica"
01. Allegro con brio
02. Marcia funebre: Adagio assai
03. Scherzo: Allegro vivace
04. Finale: Allegro molto

Sinfonia No. 8 em Fá maior, Op. 93
05. Allegro vivace e con brio
06. Allegretto scherzando
07. Tempo di Menuetto
08. Allegro vivace

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NDR-Sinfonieorchester
Günter Wand, regente

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2 comentários:

Fabio ZF disse...

Carlinus:

A oitava sinfonia de Beethoven tem uma característica única até então. Segundo alguns (e eu me incluo nestes) ela é uma sinfonia humorística. Vou além e digo que se trata de uma paródia, uma brincadeira, com toda a seriedade das sinfonias anteriores do próprio Beethoven (especialmente a terceira e a quinta).

Aliás, compare o final de ambas as sinfonias (terceira e oitava) e veja como um grande gênio da música consegue tirar sarro de si mesmo. Afinal, em 1813 quando a oitava foi composta, Napoleão não era mais aquele "bicho-papão" de da primeira década do século XIX (a campanha da Rússia foi em 1812). É como se o mestre de Bonn dissesse em sua oitava sinfonia sobre Napoleão e a Eroica : "Eu não acredito que dei tanto valor a um cara desses".

A oitava sinfonia inteira é uma demonstração de bom humor e alegria (um claro prenúncio do tema central do quarto movimento da Nona Sinfonia). Se você a ouvir sob esta ótica verá porque Beethoven considerava a oitava "muito melhor" do que a sétima. Afinal, tirando sarro de sua obra sinfônica anterior ele implicitamente estava fechando um ciclo e não precisava provar mais nada a ninguém. A Nona só viria 11 anos depois. Sob esse modo de ver, a oitava é realmente muito mais importante do que a sétima, pois poderia ser considerada por ele como um marco em sua vida: o fim de um ciclo.

Carlinus disse...

Obrigado, Fábio, pelo belo e indispensável comentário (como sempre!).

Também penso na Oitava com essa semântica. Quando disse "despretensiosa", não quis afirmar que se trata de "uma obra menor". Beethoven nunca é menor. Quis afirmar que quando a ouvimos ficamos com aquele ar de alegria ensolarada, mas ao fundo há um vale fundo de ironia e desdém moral.

Abraços, Fábio.

Mais uma vez: obrigado pelo comentário.